quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Adormecer o meu ser


Sinto a escuridão como um peso nos ombros
A mágoa que me envolve ao toque do teu olhar
As paredes estão vazias de memórias e o tempo arrasta-se com a lenta cadência de um murmúrio no qual se transformou a tua voz
O tempo que nos afasta a cada dia que passa
Todos os dias a sombra se torna mais pesada 
Num vislumbre do olhar tento aprisionar o seu rosto, mas não o consigo
Todos os dias a sombra se agiganta, negra e fria...
...por vezes, parecia brandir parte de si própria sobre mim e quando de relance me tocava, sentia o seu frio rasgar-me a pele e adormecer o meu ser.
Nesse momento, era uma sensação de tranquilidade e paz que banhava o meu corpo.
Tudo parava num momento de eternidade, uma sensação que me fazia ver-me a mim próprio de fora para dentro, mas sem sair de dentro de mim.
Olhava-me nos meus próprios olhos sem os ver reflectidos
Como uma visão etérea de mim próprio

Fotografia © Rui C. Barbosa (Todos os direitos reservados)

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